Como inconvenientes, apresentam acabamentos mais simples e recorrem a materiais menos nobres - condicionante do preço, claro está -, mas que igualmente se deve à versatilidade: são mais fáceis de limpar e, ainda que o interior mostre mais plástico à vista, geralmente estes são mais resistentes do que outros revestimentos mais macios. Outra contrariedade por vezes apontada é a forma exterior que costuma ser mais «quadrada», sobretudo atrás, menos apelativa e aerodinamicamente mais sujeita às forças contrárias.
No entanto, longe vai o tempo do C15 baseado no Visa. Com o Berlingo, o conceito na marca francesa adquiriu uma identidade própria, mais personalizada e, embora continue com uma vertente comercial muito forte, o novo modelo, a exemplo do anterior, conhece versões especialmente direccionadas às famílias.

Comecemos exactamente por aqui na análise a este que é um dos exemplos mais paradigmáticos presente no mercado português.
O novo Citroën Berlingo cresceu 24 cm no comprimento e oito na largura. A maior distância entre eixos beneficia os passageiros, mas o destaque vai para a bagageira que, em condições normais, oferece 625 l debaixo da chapeleira. Isso e a portão traseiro que, sendo único (existem versões com abertura horizontal assimétrica), permite agora a abertura independente do vidro, o que torna mais prático não apenas o acesso como o transporte de objectos mais longos.

Existem múltiplos exemplos de aproveitamento de espaço: sob o piso à frente dos bancos traseiros, por debaixo dos bancos dianteiros e no tablier, atrás do volante, no tejadilho sobre os lugares da frente e um espaço enorme entre estes. Opcionalmente, há ainda uma consola amovível, indicada para quem transporta crianças.
Outros pequenos pormenores: tabuleiros para os assentos traseiros e uma lanterna recarregável e portátil na mala.

Mais alto — apesar de tudo não é assim tão alto nem existe uma sensação evidente de o ser ao volante —, aos passageiros não é transmitida qualquer acção bamboleante mercê de uma suspensão mais firme com razoável capacidade de amortecimento.
E, por falar em altura, apenas mais um detalhe: aproveitando a interior, existem duas barras transversais em posição invertida que permitem suspender, transportar de forma prática objectos mais longos como pranchas de surf ou até colocar uma rede para casacos ou outros acessórios leves.

O modelo pode conter um lote vasto de equipamento pouco usual na categoria. Infelizmente, ainda que a acessibilidade seja facilitada pelas portas laterais traseira de correr, os vidros destas apenas dispõem de abertura em compasso.

Com bom comportamento em estrada, a acção conjunta do controlo de estabilidade que o modelo ensaiado dispunha (446€), a suspensão e os pneus Michelin atenuam qualquer desvio de trajectória. Mas atenção: apesar de tudo, e neste tudo inclui-se a potência do motor e a aparência quase desportiva, o Berlingo Combi não é um carro destinado a grandes rasgos de condução. É ágil, ficou mais prático e confortável de conduzir, esteticamente tornou-se mais apelativo e definitivamente reforçou a sua modularidade, mas não perdeu o carácter de um familiar para quem procura, acima de tudo, uma versatilidade funcional.
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PREÇO, desde 23 634 euros MOTOR, 1560 cc, 110 cv às 4000 rpm, 16 V, 240 Nm (254 Nm com overboast) às 2000 rpm, turbocompressor de geometria variável, common-rail, filtro de partículas CONSUMOS, 6,8/4,9/5,6 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES POLUENTES 147 g/km de CO2
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