SsangYong Rodius 2.7 xdi

Quem vê caras...



HÁ DUAS grandes evidências em torno deste carro: uma, insofismável, a outra, condicional e relativa. A primeira é a de que se trata de um carro grande, longo, com capacidade de até 11 lugares consoante os mercados. A segunda, dependente dos gostos individuais e do julgamento de cada olhar, é a de um carro para uns feio, para outros simplesmente... diferente, muito por culpa do desenho da parte traseira.

NA VERDADE não estamos habituados a vê-lo nas nossas estradas, embora, aqui ao lado, em Espanha, tenha colhido uma grande aceitação. O que não é de estranhar: custando cerca de 10 mil euros menos do que em Portugal, com os seus mais de cinco metros de comprimento, o Rodius é, provavelmente, o monovolume com o melhor preço por metro quadrado de habitabilidade... Já pronunciar SsangYong, o nome do construtor, é tarefa mais complicada e uma quase novidade, embora anteriormente a marca tenha tido uma passagem mais ou menos discreta em Portugal, nomeadamente no segmento dos todo-o-terreno.

MAIOR PRESENÇA no mercado, é o que pretende o novo importador, por acaso uma empresa espanhola. E, se atendermos à linha e volumetria do Rodius e dos restantes modelos comercializados, passar discreto é de facto difícil...

Mas vamos por partes; não sendo um modelo novo, aliás, agora em Frankfurt foi apresentada a «linha» de 2008, o modelo à venda em Portugal surge com uma configuração de dois lugares dianteiros, duas poltronas intermédias (rotativos a 180 graus, rebatíveis convertem-se em mesa, extraíveis e a correr sobre calhas longitudinais) e uma terceira fila de três lugares igualmente rebatível e com calhas longitudinais.

TODA ESTA funcionalidade dos bancos, contribui para a versatilidade do interior. Que se apresenta tão amplo quanto se possa imaginar! Mesmo com todos os bancos na sua posição normal, a boa capacidade da mala supera a de qualquer outro concorrente. Tão espaçosa que em alguns mercados alberga uma quarta fila de assentos.
Há também bastante altura interior (um pouco menor para a última fila), movimentação entre as duas últimas filas de lugares, porta copos e tabuleiros a servirem a zona traseira e compartimentos no apoio de braços da terceira fila. Para o condutor e respectivo pendura, houve maior aproveitamento do volumoso tablier, existindo, inclusive, uma gaveta vocacionada para a arrumação de CD's e um espaço sob o apoio de braços dos bancos dianteiros.

A ZONA que se oferece ao olhar do condutor, nomeadamente a colocação central dos indicadores, em declive e profundidade para acentuar a noção de espaço, lembra outros modelos. Agradou-me bastante a ergonomia do posto de condução que além de confortável, atenua a sensação de tripularmos uma viatura com estas dimensões. Algo que só nos recordamos nas alturas em que a temos que manobrar, pois o raio de viragem é naturalmente maior e o volante possui uma longa desmultiplicação. Em qualquer dos casos, bem vindos — porque essenciais — os sensores traseiros de estacionamento. Já quanto à disposição dos comandos não oferece grande dificuldade, mas é desenquadrada e pode mesmo revelar-se perigosa, a colocação no tejadilho do painel com bússola, indicações de consumo e velocidade média, altímetro, pressão atmosférica e carga da bateria.

ESTE É UM daqueles carros que deve ser apreciado de dentro para fora. E aí, inevitavelmente, cativa. É amplo e muito funcional, confortável em viagem mesmo a transitar sobre mau piso — a longa distância entre eixos atenua o amortecimento das irregularidades, mas a suspensão também se porta bem — e a qualidade dos materiais e até mesmo de construção (pela ausência de ruídos parasitas) não desmerece. O conjunto apresenta-se suficientemente sólido, o que não será de estranhar pois existe ainda uma versão de tracção total.


O MOTOR, um bloco de 2,7 litros, ruidoso e mais guloso do que os valores indicados pelo construtor, é de uma franca disponibilidade para acelerar as mais de duas toneladas. Acoplado a uma caixa de velocidades automática, resulta na opção mais confortável para quem gosta de «fazer» estrada. Acelera rápido, recupera bem e é capaz de atirar o Rodius rapidamente para valores de nos fazer ficar sem carta de condução caso nos cruzemos com um radar. A caixa de velocidades automática, progride sem sobressaltos no modo automático e oferece um botão para as passagens de forma sequencial. Mas, salvo alguma «nabice» própria quando ia no modo sequencial, fiquei sem entender o desencontro entre a velocidade a que transitaria e o indicador com o respectivo número colocado sob o volante, quando, por sua iniciativa, retornava ao modo automático para reduzir.

O QUE ENCANTA, é que, sendo um carro grande, essa sensação se esbate em estrada e se deixa dirigir como um familiar médio. A suspensão é macia e a carroçaria acusa alguma brandura, com a sensibilidade aos ventos a reflectir-se sobre a direcção que se torna mais leve e perde alguma precisão. Também é verdade que não cheguei a andar com o Rodius em lotação máxima e esse factor altera certamente as impressões de condução.
Em cidade, dirige-se sem grandes embaraços e mesmo não dispondo de grande visibilidade traseira, também não é complicado de manobrar.



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PREÇO, desde 37 100 euros MOTOR, 2696 cc, 165 cv às 4000 rpm, 20 V, 342 Nm das 1800 às 3250 rpm, 5 cilindros, turbo, intercooler common-rail CONSUMOS, 10,5/6,7/8,1 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES POLUENTES 223 g/km de CO2

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62.º Salão Internacional do Automóvel de Frankfurt


Angel Merkl investiga o Opel Flextreme de propulsão eléctrica — cujas baterias podem ser recarregadas pela rede eléctrica doméstica — e motor diesel de apoio

ULTIMAMENTE fala-se muito em crise no mercado automóvel, as taxas de juro sobem, o desemprego aumenta, crescem os níveis de inflação e de endividamento... Deve ser só em Portugal! Porque quando se percorrem os corredores de um Salão Automóvel como o que na passada quinta feira abriu portas em Frankfurt, e se começa a contar o número de novidades é caso para perguntar onde pára a crise?, tantas são as apostas dos construtores.


NOVOS MODELOS, novas versões, novos conceitos, novos nichos de mercado, não será «fruta» a mais? Haverá consumidores suficientes para absorver (dispostos a fazê-lo acredito que sim...), com poder económico para renovar os seus carros e empresas com capacidade para modernizarem permanentemente as frotas, mais a mais ao preço a que se encontram os combustíveis?


Poderá já revelar tendências da futura geração Renault Kangoo. Ou simplesmente uma variação mais compacta da actual... Em todo o caso, a curiosidade maior reside na funcionalidade dos bancos traseiros girarem electricamente para a zona das bagagens e da versatilidade das respectivas portas


Citroën C-Cactus, com bastantes materiais reciclados ou recicláveis na sua composição e uma motorização híbrida HDi que apresenta um consumo de 3,4 l/100 km e emissões de CO2 de apenas 78 g/km

APARENTEMENTE, todos querem acreditar que sim; quanto mais não seja — pegando no jargão que adjectiva a Alemanha como «locomotiva da Europa» —, pelos esperançosos sinais contidos nos indicadores económicos do país comandado pela sra. Merkel...
Num salão cujo lema é «Veja onde se dirige o Futuro», os focos centram-se naturalmente sobre as propostas movidas a energias alternativas e nos ganhos de consumo e consequente diminuição de emissões poluentes, antecipando já exigências da União Europeia e da América do Norte nesse domínio.

A Toyota com o seu Prius e agora também com a sua divisão mais exclusiva, a marca Lexus, lideram a tecnologia híbrida. No entanto, a curiosidade maior vai para este iQ concept de quatro lugares(!) e menos de três metros de comprimento.
Versátil e prático, possui espaço para três adultos e uma criança, ou para quatro adultos
se utilizado o espaço da bagageira. Concorrência ao Smart?


Se lhe disser que é um Suzuki não estou a mentir... acrescentar que se trata de um dos mais bonitos protótipos do salão é pouco... Chama-se Kizashi, parece ter saido de uma banda desenhada e virá disputar o segmento das berlinas familiares com um motor diesel de 2,0 l e tracção total. Bate coração...

ALGUNS dos novos carros que debutam na Alemanha, não chegarão a circular nas nossas estradas ou então serão em número reduzido, devido ao preço final a que a carga fiscal os obrigaria. A esse propósito, um dos assuntos que desperta alguma curiosidade é até quando o Estado Português conseguirá manter a cobrança do IVA sobre o Imposto sobre Veículos e as consequências que isso poderá também trazer para os combustíveis e para o tabaco, produtos em que também acontecem situações similares.

A Chevrolet está presente com uma grande armada.
Aqui está o que poderá vir a ser o futuro Matiz

O Hyundai i-blue com propulsão a hidrogénio,
sem emissões poluentes e carroçaria de veículo do segmento D

A CONSTELAÇÃO de estrelas de um salão automóvel é constituída por protótipos e pelas novidades presentes, sejam elas na forma definitiva de um veículo ou simplesmente partes deste. Mas, nos corredores do salão automóvel alemão, e em reuniões mais ou menos fechadas a ouvidos e olhares indiscretos, também se falou muito em economia. Da economia do mundo em geral e da economia de custos em particular, não esquecendo o «peso» que a indústria automóvel tem em termos de criação de receitas e de emprego.

Uma carrinha Mercedes é um permanente desejo. A da nova Classe C apenas confirma a vontade. A capacidade da mala é mediana, mas a qualidade e o conforto são imagem - e que imagem! - de marca...

PARA ALÉM da incidência dos holofotes sobre as fontes de energia alternativas, outro foco de interesse era, pois, a forma de reduzir ainda mais os encargos de fabrico e apresentar propostas mais acessíveis aos consumidores. Com incertezas no comportamento futuro da economia americana, a depreciação do dólar face ao euro e o preço crescente dos combustíveis fósseis, os principais construtores europeus, nomeadamente a VW, estão a equacionar vender nos EUA veículos de pequenas dimensões e baixo custo (para os padrões americanos...), procurando alcançar o mesmo sucesso do mítico carocha nos anos 60. Algo que, há meia dúzia de anos, era impensável voltar a acontecer!

Outro familiar inteiramente novo, o Renault Laguna, aqui numa das mais apetecidas versões «Grand Tour». A carrinha tem vidro traseiro com abertura independente e uma funcional mala com 500 litros. A debutar em Frankfurt estava ainda uma lindíssima carroçaria coupé de 3 portas


CLARO que há mais marcas a competirem no segmento dos «carros mais baratos», caso da Renault que já o faz com a subsidiária romena Logan. Depois das companhias aéreas low coast, será a vez dos automóveis? Como chegar lá? A que preço? Especialmente direccionado a que tipo de público? E como cativar o consumidor?
As parcerias entre construtores e o estabelecimento de fábricas em locais com mão-de-obra mais barata, são vias, nem sequer inéditas. Iremos assistir, nos próximos anos, ao crescimento do número de modelo «gémeos» ou à recriação estilística e funcional de bases mecânicas, algumas passadas, parecendo ser essa uma das formas encontradas para precaver a competitividade dos automóveis chineses.


Era certamente um dos familiares mais bonitos do Salão. Maior do que a anterior, a nova geração Mazda 6 é inteiramente nova, distingue-se por um excelente perfil aerodinâmico e traz motores mais eficientes


PORQUE, não nos iludamos: podemos falar hoje da menor qualidade dos seus produtos, dos problemas de segurança, da fiabilidade de alguns modelos. Tudo isso será rapidamente corrigido e, ao contrário do que se passa em certos países, como o nosso, em que a «imagem de marca» é «meio-caminho andado para uma venda», nos mercados onde realmente se fazem volumes de vendas, o preço é um factor importante.

O Nissan Tiida vem ocupar o lugar do malogrado Almera. Já comercializado em alguns mercados, realizado sobre o chassis do Note, tem a particularidade do banco traseiro correr bastante sobre calhas o que favorece muito a habitabilidade traseira


PARA QUEM acompanha o sector há uns anos, não se trata de um acontecimento novo, nem mesmo quando ocorrem acusações de plágio como as que se ouviram em Frankfurt e que quase levaram à retirada do importador alemão de uma marca chinesa; ocorreu com a entrada em força dos construtores japoneses, posteriormente com os coreanos e, muito provavelmente, assistiremos a outras «invasões» provenientes de economias emergentes da Ásia, África ou América do Sul. Trata-se de uma dinâmica que tem favorecido o consumidor, embora se tenha que ter em conta a especificidade social e económica de um colosso como é a China, sobre a qual pairam, inclusive, suspeitas de dumping nalguns sectores.

Foi desenhado na Europa e partilha componentes com o Kia Cee'd. O Hyundai i30 revoluciona a gama de ligeiros da marca coreana, nomeadamente quando chegar a versão CW

MAS... ATENÇÃO! Devemos todos ter em conta uma equação muito simples: poder comprar mais produtos por menos dinheiro é agradável; mas sendo isso obtido à custa de menor emprego no Ocidente (com a deslocalização das fábricas), onde irão então os consumidores buscar o capital necessário para os adquirir?...

Outra carrinha do segmento médio apresentada na Alemanha, a Skoda Fabia Combi. Como é apanágio, a capacidade da mala é o seu forte, quase 500 l, provavelmente a maior da categoria


A ECONOMIA acabou pois por dominar, este que é um dos mais importantes salões europeus, que alterna com o de Paris e que todos os anos marcam a reentré da nova época. Mas, se no resto da Europa começam a surgir alguns sinais de retoma económica — e são esses os mercados que afinal contam —, também é verdade que isso tem vindo a acontecer sobre o signo da insegurança, da instabilidade e de ameaças que todos fazem um esforço para tentar não lembrar. Veremos, pois, o que nos reserva o futuro...


O que distingue o Peugeot 308 do anterior 307 é sobretudo uma melhor gestão do espaço interior, muito próxima de um monovolume. Isso resulta em mais espaço e conforto traseiro e favorece a posição de condução. Há ainda um claro incremento da qualidade

Citroën C4 Picasso 1.6 HDi CMP6 (5 lugares)


Vida fácil!

NUMA ALTURA
em que o mercado automóvel só pontualmente dá sinais de alguma vitalidade em Portugal, a francesa Citroën é das que menos razões tem de queixa. Claro que numa conjuntura económica mais favorável, melhor estariam as vendas, o que não impede ao «double chevron» manter-se entre os mais vendidos, dispor de uma carteira de encomendas expressiva em modelos como o Picasso, conseguir variações positivas face ao ano anterior e, inclusive, aumentar a quota de mercado.

AS RAZÕES que tornam mais fácil a vida dos vendedores da marca são uma sucessiva e intensa renovação dos produtos — visualmente mais atraentes e constantemente melhorados em aspectos como a habitabilidade, qualidade de construção e inovação tecnológica —, sem esquecer que tudo isto surge «adoçado» com um preço muito competitivo que permanentes campanhas de marketing fazem questão de nos alertar.

NO CAMPO da inovação tecnológica, tem sido notória a intenção do grupo PSA de devolver ao símbolo francês uma fama que já lhe coube, com algum merecido mérito e nem sempre total proveito... Simultaneamente, ao atribuir à Citroën um papel de destaque na introdução de novidades, também lhe tem cabido a ingrata tarefa de experimentação de soluções cuja mais valia só depois de testada e comprovada tem transitado para a outra marca do grupo. Estratégias de imagem...

«O CARRO é muito giro!», eis uma frase que mais ouvi nos dias em que o tive para ensaio. Exteriormente bonito mas igualmente atraente quando lhe apreciavam o interior e a habitabilidade, não sendo excessivamente comprido é suficientemente largo para deixar adivinhar conforto em viagens longas. Mas não só: na disponibilidade de pequenos espaços, cobertos na parte superior do tablier ou, ao centro deste, um outro refrigerado onde é possível manter uma garrafa de água de litro e meio. Soluções de modularidade dos bancos traseiros, espaços sob o piso e tabuleiros são já conhecidos, merecendo especial destaque a boa capacidade da bagageira (500 litros), a versatilidade de colocação da divisória e, tal como na anterior geração, um cesto com rodas dobrável, consoante o nível de equipamento escolhido.

O «CINCO LUGARES» não difere interiormente (salvo no comprimento e na ausência lógica dos dois bancos acessórios) do Grand C4 Picasso. Idêntico tablier e ampla luminosidade interior possibilitada pelo sistema Visiospace, o amplo vidro dianteiro que dispõe de um duplo sistema de pára-sol e lhe potencia também a visibilidade. Que é muito boa em manobra, lateralmente ajudada pelos dois vidros triangulares dianteiros que ladeiam o tablier, e por uma posição de condução elevada e avançada. Os bancos largos, confortáveis e com apoio correcto, permitem uma postura cómoda e, sem perder uma excelente habitabilidade para os cinco lugares disponíveis, ganha maior capacidade de manobra face à versão mais longa de sete lugares.

INOVAÇÃO e criatividade têm sido adjectivos utilizados para os produtos mais recentes da marca gaulesa. Se, no segundo caso, nos podemos cingir às linhas fortemente personalizadas e identificadoras do modelo, que o fazem distinguir dos demais, ou até mesmo à criação de soluções de versatilidade interior, no primeiro, há que referir a tecnologia empregue com o objectivo de simplificar e tornar mais seguro o acto de conduzir.
Como a ausência de manípulo para o travão de mão, substituído por um sistema automático que «destrava» automaticamente quando se começa a circular com uma mudança engrenada ou accionando-se quando se imobiliza o veículo. Possível ainda de controlar através de um botão ao centro do tablier, contribui para um arranque mais simples em plano inclinado ao manter o veículo parado até dois segundos, dando tempo ao condutor para transitar entre o pedal do travão e o do acelerador.

INAUGURADO no C4 berlina, temos ainda um volante com uma zona superior fixa (rodando sobre um painel de comandos de rádio ou do telefone, limitadores de velocidade e cruise control) e, tal como o Grand Picasso, controlos de climatização colocados à esquerda do condutor (os principais), ou à direita do banco do passageiro os de controlo individual. Esta irreverência desafogou de comandos a zona central do tablier, concentrando e melhorando a acessibilidade dos mesmos por parte do condutor.
A aposta mais ousada do importador, tem sido a introdução da caixa manual pilotada de seis velocidade. Creio que aquilo que verdadeiramente a distingue das demais caixas de velocidades «clássicas», nem é o modo como o condutor a pode «controlar». Há manípulos sobre o volante — nenhuma novidade —, um manipulo junto à coluna da direcção para permutar entre os modos — ponto morto, marcha-atrás, inteiramente automático ou sequencial e até aqui também nada de novo... —, contudo, e isto é deveras agradável de constatar, com consumos médios e emissões poluentes menos elevados face à caixa de velocidades manual.

MAS HÁ MAIS! Há, por exemplo, a possibilidade de o equipar com faróis direccionais, com sensores de estacionamento e avisos da pressão dos pneus. Por outro lado, o comportamento, atendendo a que se trata de uma viatura com o centro da gravidade mais elevado, é bastante seguro, mantendo a trajectória e contendo o natural adorno do conjunto de forma eficaz. E se a suspensão até acusa alguma brandura perante as irregularidades...
Este motor 1.6 HDi é realmente uma agradável surpresa. Muito suave, silencioso, isento de vibrações e permitindo consumos moderados face ao peso, é o único a equipar esta versão em Portugal. Para além da caixa automática, pode vir acoplado a uma outra manual de cinco velocidades, uma economia inferior a 1000 euros se compararmos níveis idênticos de equipamento. Por falar em equipamento, de referir que, mesmo a versão base, com transmissão manual (a partir de cerca de 27500 euros), está presente o mais importante em termos de itens de segurança activa e passiva. O que fez o C4 Picasso merecer a pontuação máxima de cinco estrelas na protecção dos ocupantes nos testes de colisão EuroNcap.
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PREÇO, desde 29 000 euros
MOTOR, 1560 cc, 110 cv às 4000 rpm, 16 V, 240 Nm às 1750 rpm, turbodiesel de geometria variável, common-rail, filtro de partículas
PRESTAÇÕES, 180 km/h
CONSUMOS, 6,8/5,1/5,7 l (cidade/estrada/misto)
EMISSÕES POLUENTES 150 g/km de CO2
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Resultado nos testes (2006):

Renault Clio Rip Curl 1.2 TCE/100 CV

É Fresco, é!...

FOI «Carro do Ano 2006» e como nas gerações anteriores não demorou a impôr-se no segmento. Não tarda muito, também o veremos pela primeira vez numa versão station ou estate como gostam de chamar. Uma carrinha, enfim... Enquanto isso, sucedem-se as séries especiais limitadas; à boleia do verão surgiu uma associada à marca de desporto australiana «Rip Curl». Cores e interiores exclusivos, aplicações gráficas e um lote de equipamento específico, compõem um conjunto que se deseja jovem, bonito e dinâmico.


ATÉ AQUI, nada de propriamente novo. Anteriormente a marca francesa já tinha feito semelhante associação à «Decathlon», por exemplo. A verdadeira novidade deste modelo esconde-se sob o capot: 100 cv no mais pequeno propulsor actualmente disponível nas gamas Clio, Modus e Twingo, não estranhando que em breve possa também surgir no Mégane.
Nem a forma como este incremento de potência foi obtido — mais 25 cv - constitui propriamente uma novidade em termos mecânicos. Estes números de potência mais próprios de um motor 1.4, ou de binário de um 1.6, são alcançados com a entrada em funções de um turbo de pequenas dimensões, com função «overpower» que permite um aumento temporário de valores, acima das 4500 rpm.

PARECE simples e realmente é! Complexo é fazer conjugar o funcionamento sem variações bruscas do motor ou «engasgo» em baixa rotação, como há uns anos acontecia nas primeiras associações do turbo a um propulsor de combustão com 4 válvulas por cilindro. Santa electrónica que sabe gerir de forma conveniente a recirculação dos gases e a admissão conveniente do carburante, com a preocupação acrescida de não fazer aumentar os consumos e por consequência as emissões poluentes! O resultado prático é realmente de uma certa descrição até às 1800/2000 rpm, mas, a partir daí, vai em crescendo suave mas firme até à entrada em função da tal válvula que nos recorda os 100 cv anunciados...

UMA EXCELENTE, precisa, suave e bem escalonada, caixa de cinco velocidades, colabora em todo este desempenho. Se a isto juntarmos o comportamento neutro da carroçaria, temos um conjunto que, sem entusiasmar muito em termos de comportamento, é menos amorfo e sensaborão do que a versão de 75 cv do mesmo motor. Mas não só... surpresa das surpresas, num andamento misto consegue ser até mais económico!

O QUE FAZ desta versão, uma alternativa aos «pequenos diesel» bem mais caros. Com uma média de consumos em torno dos seis litros de gasolina, feitas as contas, os cerca de 3000 euros a mais pelo 1.5 dCi de 85 cv com o mesmo nível de equipamento, talvez não consigam ser compensados pelo menor preço do gasóleo. Depende do número de quilómetros que se percorra, obviamente. No entanto, também é bom não esquecer que a manutenção de um carro a diesel é geralmente mais dispendiosa.

É NESSE «mercado» que recrudesce a importância desta versão de motor. Para já, a gasolina, a gama nacional apresenta somente este bloco com 75 ou 100 cv. A diesel, a hipótese é o 1.5 dCi com 85 ou 100 cv. Do Clio já muito se falou das elevadas características de segurança, uma preocupação do construtor francês. Quanto a este «Rip Curl», em termos genéricos, vê reforçada a vertente desportiva com uma forra mais personalizada dos bancos e aplicações no tablier. A posição de condução é boa e ergonomicamente também nada de negativo há a apontar.

A MAIOR distância entre eixos desta geração Clio, melhorou a habitabilidade, principalmente nos lugares traseiros. A volumetria da mala não impressiona, mas a variante «Rip Curl» acresce a funcionalidade de um tapete com sistema de divisórias em borracha, impermeável como os que existem para o habitáculo, ou não apelasse esta versão aos desportos radicais...
Baseado no nível Dynamique, já inclui ABS c/ assistência a travagens de emergência, airbags frontais e laterais tórax para condutor e passageiro, faróis de nevoeiro, ar condicionado manual, jantes de liga-leve de 15'' e rádio/CD c/MP3 que, neste caso, permite a conexão de um leitor MP3 externo.


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PREÇO, desde 16850 euros MOTOR, 1149 cc, 100 cv às 5500 rpm., 145 Nm às 3000 rpm, 16 V., turbo com função overpower PRESTAÇÕES, 184km/h CONSUMOS, 7,5/5,0/5,9 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES CO2, 139 g/km (combinado)


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